José Bonifácio Ribeiro de
Andrada, o Moço (1827 - 1886), neto de José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), o Patriarca da Independência do Brasil, era espírita destacado na sociedade paulista no final do século XIX.
Professor de Direito, orador e político nascido em Bordeaux, França, durante o exílio da família dos Andradas
(1823-1829), composta pelos irmãos José Bonifácio (1763-1838), Martim Francisco (1775-1844) e Antônio
Carlos (1773-1845) e que exerceu grande influência sobre a mocidade
de seu tempo. Começou o curso
secundário na Escola Militar (1842) mas abandonou
seu projeto da carreira militar, por motivos de saúde e,
recuperado, decidiu estudar leis e formou-se
em direito (1853), pela Faculdade de São Paulo. Casou-se em Santos, São Paulo (1854) com a prima Adelaide Eugênia de Andrada e Silva, com quem teria os filhos Maria Flora, Narcisa, José Bonifácio, Martim Francisco, Gabriela Frederico e Bárbara. No
mesmo anos iniciou a
carreira no magistério, ensinando como substituto na Faculdade de Direito
do Recife (1854-1858). Mudando-se para São Paulo (1858), consagrou-se como
professor catedrático na Faculdade de Direito. Como professor do ensino
superior, foi mestre de notáveis nomes da política nacional tais como Rui Barbosa, Afonso Pena e Joaquim Nabuco. Usou
de seus conhecimentos para sua pregação liberal e entrou para a política. Pelo
Rio de Janeiro foi deputado provincial (1860) e geral, por duas legislaturas
(1861-1868), ministro da Marinha (1862) e do Império (1864) no gabinete Zacarias (1864).
Na imprensa foi diretor do jornal Ipiranga e colaborador de A Tribuna Liberal,
de Inglês de Souza, no Rio de Janeiro (1868-1869). Eleito senador (1879),
tornou-se um dos importantes nomes da campanha abolicionista. Eminente orador,
defendeu as ideias liberais da época e bateu-se pela libertação dos escravos,
imediata e sem indenização e tornou-se ídolo de toda a geração de emancipadores
como Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. Na
literatura, alguns historiadores literários o colocam entre os poetas
menores do Romantismo e surgiu neste meio com a publicação Rosas e goivos (1848). Gozou de enorme prestígio no mundo da
político em nos meios intelectuais e faleceu em São Paulo, a capital paulista.
Tornou-se o patrono da Cadeira n. 22, por escolha do fundador Medeiros
e Albuquerque,
sendo que em sua obra também mereceram destaque Memória histórica da Faculdade de Direito de São Paulo(1859); Discursos parlamentares (1880) e o póstumo; Poesias,
texto organizado e apresentado por Alfredo Bosi e Nilo Scalzo (1962).
Em 20/06/1878, o Jornal A Província de São Paulo (atualmente, o Estado de São Paulo), publica em sua primeira página um curto trecho sobre o eminente professor e político co relação ás suas divergências com o positivismo de Augusto Comte, destacando (com o sarcarsmo da época) que um dos motivos para essa postura era o fato de José Bonifácio ser espírita. Pode-se afirmar, dessa maneira, que essa relevante figura pública fortaleceu o movimento espírita brasileiro e atuou em nobres causas no cenário brasileiro.
Fonte da imagem: Acervo histórico OESP
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