Entrevista concedida por Mauricio de
Sousa aos autores Ala Mitchell e Luis Hu Rivas.
Novembro/2014
https://www.facebook.com/meupequenoevangelho
1. Qual é a importância em fazer um
livro, que fala do Evangelho, com a Turma da Monica?
R- Todos os ensinamentos que levam à
reflexão da paz e amor são importantes em nossas histórias. A Turma da Mônica sempre
traz esses conceitos de solidariedade, de saber conviver com os diferentes e do
respeito ao ser humano, independentemente de suas crenças, etnias ou origens. Em
primeira análise, nossas estórias são um lazer, uma diversão, mas sempre com
muita informação, sobre os mais diversos temas. Daí a importância de estar em
projetos como esse do Evangelho.
2. A Mônica é mais conhecida pela sua
força, mas também pelo amor que demonstra ter a seus pais e amigos. Você acha
que uma obra que reforça temas como amor aos pais, amor aos animais, caridade e
perdão, retratados no livro, possa coroar todos esses anos?
R-
Como já disse, temos a certeza de que a criança gosta de se divertir. E se for
aprendendo, melhor ainda. Sabemos que nossas histórias informam e formam nossos
leitores. E vamos continuar assim.
3. Com os personagens mais conhecidos do
Brasil, a obra ensina a importância de praticar o bem e a caridade, de
respeitar o próximo e a natureza, de se conhecer e de compartilhar seus
"tesouros". Você acredita que falar isso para as crianças de hoje,
poderá contribuir na formação um mundo melhor?
R- Sem
dúvida. A criança tem curiosidade de saber sobre o mundo em que vivemos. Nós,
adultos, temos a missão de entregar essas informações para elas. Cabe a nós
poder passar o que elas podem fazer para melhorar, ou consertar, o que fizemos
no nosso mundo.
4. Em uma das histórias da Magali, você
a apresenta em uma de suas vidas passadas, em um momento que revelaria o motivo
pelo qual ela tem essa obsessão por comida. De onde você pegou essa inspiração?
R- Em
histórias em quadrinhos, temos uma licença poética que nos dá centenas de
possibilidades. Um personagem pode ter superpoderes ou invadir o passado em
busca de aventura. E não fechamos nenhuma porta a esses conhecimentos da
própria alma, que é mais livre ainda quando se é criança.
5. Temas relacionados à morte,
reencarnação e ressurreição geralmente são tratados nas histórias do Penadinho
e da Dona Morte. O que o influenciou na criação desses personagens?
R- A
Turma do Penadinho veio para desconstruir o medo da morte e do desconhecido.
Pelo humor, podemos passar uma visão mais positiva, que é valorizar a vida em
detrimento da morte.
6. No livro Meu Pequeno Evangelho a
Turma da Mônica recebe a visita de André, um primo do Seu Antenor (o pai do
Cascão) que é espírita. Em meio à curiosidade das crianças, ele apresenta
conceitos do Evangelho que todos podem usar no dia a dia, independentemente da
religião que praticam. Como você observa isso?
R-
Como a Turminha é formada por crianças, que estão na fase de aprendizado de
tudo na vida, precisávamos de um interlocutor que passasse pra elas as
informações corretas. De uma maneira suave, lúdica e sem jamais impor qualquer
preceito religioso.
7. A MSP já tem lançado livros com editoras
católicas. Este é o primeiro com uma editora espírita. Como a MSP observa isso?
R-
Nossa visão de vida é a que permeia todas as religiões. Lidamos com leitores
que têm crenças diferentes, mas todos estão juntos pela paz e a solidariedade
entre os povos. Portanto, não há problema algum de um católico ler um livro
espírita ou vice-versa. Conhecer as outras religiões é um ganho para quem quer
viver em sociedade e conhecer seu próximo, independentemente da religião que
segue.
8. Em Meu Pequeno Evangelho estão
reunidos todos os ensinamentos de Jesus contidos no Evangelho segundo o
espiritismo. Você tem tido algum contato com os ensinos ou livros espíritas?
R- Sou
católico e também um homem de comunicação. Tenho obrigação de ter conhecimento
de tudo o que vou comunicar aos leitores. Tenho que ter informações pesquisadas
em fontes de credibilidade, para que não informe errado às pessoas. No Brasil,
temos não só livros como pessoas na religião espírita que transcendem as
fronteiras da própria religião, como o Chico Xavier, por exemplo. Aprendi a
respeitar todas as religiões na rua da minha infância, em Mogi das Cruzes onde
havia famílias de vários cantos do mundo. Árabes, japoneses, italianos... e
cada qual com sua religião. Nós, crianças, brincávamos todos juntos. E em
alguns momentos aproveitávamos as portas sempre abertas das casas para
entrarmos e tomarmos um suco, comermos um pedaço de bolo. Exercitávamos a
cordialidade, o companheirismos, o respeito pelo ser humano, as crenças de cada
um. Sem preconceitos de raça, cor ou religião.
9. Qual é a expectativa que se espera de
um livro que mostra os preceitos do Espiritismo aplicados a pessoas de qualquer
crença?
R- A
mesma de quando entramos no projeto: entendemos que com palavras podemos levar
ensinamentos de paz e amor a todos os leitores de qualquer crença.
10. Você poderia deixar uma mensagem
destinada aos pais, que vão adquirir o livro Meu Pequeno Evangelho?
R-
Pais que mostram a seus filhos um caminho do bem, independentemente da
religião, são os melhores professores da vida. Um bom adulto é resultado direto
da boa educação na infância.
11. Você poderia deixar uma mensagem
destinada para as crianças, que vão ler o livro com os ensinamentos de Jesus?
R-
Jesus foi um homem que mudou a história do mundo. Veio para dizer coisas que
influenciam nossas vidas até hoje. Então é importante conhecer sua história,
tomar conhecimento de suas mensagens.
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