Inteligência artificial e conhecimento espírita
Marco Milani
Texto publicado na Revista Dirigente Espírita, ed. 195, mai/jun 2023, p. 28
Tecnologias que se servem de
inteligência artificial vêm ganhando cada vez mais visibilidade, principalmente
pela popularização de aplicativos como o ChatGPT, Midjourney, D-ID, Dall-E 2 e Tome,
dentre outros.
Todas essas ferramentas favorecem a
criação de textos e imagens sobre os mais variados assuntos e com o
oferecimento de conteúdos com expressivas bases de dados informacionais.
Um desses assuntos é o Espiritismo, cujo
conhecimento doutrinário pode ser abordado sob diferentes perspectivas e
aplicações, desde a elaboração de textos envolvendo questões sobre os
princípios e valores espíritas, personagens de sua história e até a simulação
de mensagens mediúnicas.[1]
Se, por um lado, essas tecnologias
abrem excelentes oportunidades a serem exploradas, inclusive para o estudo de
aspectos doutrinários e incentivo à reflexão dos temas tratados, por outro, o
conteúdo disponibilizado exige muito cuidado com relação à sua veracidade, pois
o grau de precisão dessas ferramentas ainda necessita de aperfeiçoamentos.
Certamente, alguns expositores,
palestrantes e articulistas se sentirão atraídos para utilizar textos e imagens
fornecidas por essas ferramentas objetivando o preparo de aulas, palestras e
artigos, pois as informações obtidas parecerão úteis e interessante, mas não
devem ser utilizadas sem a devida análise crítica e conferência de sua
autenticidade. Corre-se o risco de se divulgar informações falsas, duvidosas ou
mesmo tendenciosas, pois a programação dessas ferramentas segue diretrizes
formatadas por humanos e as próprias empresas alertam os seus usuários sobre
eventuais imprecisões.
Um aspecto jurídico atualmente em
discussão é a questão dos direitos autorais dos textos e imagens produzidas por
essas tecnologias, por isso a citação da fonte das informações permanece como
elemento ético e legal importante nessas produções.
Ressalvando-se esses procedimentos
necessários sobre a integridade do conteúdo, a aplicação da inteligência artificial
na disseminação do conhecimento é mais que uma simples tendência. Trata-se de
um avanço nas modalidades de acesso e aplicação das informações disponíveis,
mas em momento algum dispensa a atuação crítica humana.
Para muito em breve, prevê-se uma imagem
holográfica de Allan Kardec explicando o que é o Espiritismo e conversando com
qualquer um que queira lhe perguntar algo sobre temas filosóficos complexos ou
questões do cotidiano. Cabe ao indivíduo aplicar o que o verdadeiro Kardec e os
Espíritos ensinaram: a fé raciocinada.
[1]
Ver, por exemplo, simulações realizadas pelo ChatGPT em https://correio.news/especial/mensagens-mediunicas-podem-ser-simuladas-por-inteligencia-artificial
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