quarta-feira, 7 de junho de 2023

Maurice La Châtre apresenta Kardec como representante do Deísmo

Nouveau dictionnaire universel. Tome premier / par Maurice La Châtre. 1814-1900.


DEÍSMO, substantivo masculino (do latim Deus, Deus). Doutrina que admite a existência de Deus, mas rejeita a revelação e todas as suas consequências. Os adeptos do deísmo associam essa crença à religião natural. O culto dos teofilantropos era um deísmo. Distingue-se o deísmo do teísmo, sendo o primeiro oposto à religião revelada e o segundo oposto ao ateísmo. O embrião do deísmo mais puro foi encontrado na França desde o século XVII, especialmente em Bayle, mas é principalmente na Inglaterra, nos escritos de Bolingbroke, Coilins, Tindall, Toland, Shaftesbury, Woolston e Priestley, que ele se manifestou abertamente, sendo professado por todos aqueles que se autodenominavam livres pensadores. Voltaire, J. J. Rousseau e seus numerosos discípulos difundiram o deísmo na França no último século, e nos dias atuais, Allan Kardec, o líder da doutrina espírita, continua a obra desses grandes filósofos.

 Novo dicionário universal. Tomo 1. Por Maurice La Châtre (1814-1900)



Assim, Allan Kardec é mencionado como um dos representantes do Deísmo no Nouveau Dictionnaire Universel, publicado por Maurice La Châtre em 1865. Isso sugere que ele era um deísta, porém providencialista.
Nas passagens de suas obras, Kardec critica uma vertente dos deístas que ele denominou "independentes" (ver Obras Póstumas - As 5 alternativas da humanidade) que pressupunha um Deus indiferente e que negava a Providência Divina.

Na questão nº 1 de O Livro dos Espíritos, ao se perguntar "Que é Deus" (e não "Quem"), nitidamente rompe-se com a tradição de um Deus antropomórfico e, ainda, ao se destacar a perfectibilidade e imutabilidade das leis que regem o Universo (ESE, Cap. I, i. 8) e a impossibilidade de derrogação dessas leis (logo, não existem milagres), pode-se pressupor que Deus governa o universo ativamente por suas leis, as quais expressam sua Bondade, Justiça e Amor, sem qualquer intervenção milagrosa.

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